Risco de câncer de pele aumenta no verão; veja como se proteger

  • 20/12/2025
(Foto: Reprodução)
Verão começa dia 21 e exige cuidados redobrados contra câncer de pele Com a chegada do verão e o aumento do tempo ao ar livre, o Brasil entra no período de maior risco para o câncer de pele —o tipo de tumor mais frequente no país. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), devem ser registrados cerca de 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano, número que corresponde a aproximadamente 30% de todos os diagnósticos de câncer. Já o melanoma, menos comum e mais agressivo, deve somar cerca de 9 mil novos casos anuais, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste Apesar da alta frequência, o câncer de pele ainda costuma ser subestimado. Muitos pacientes demoram a procurar atendimento por acreditar que se trata de uma doença pouco perigosa —uma percepção que, segundo especialistas ouvidos pelo g1, contribui para diagnósticos tardios e tratamentos mais complexos. Câncer de pele é o tipo mais comum de tumor no Brasil; sol é a principal causa. Adobe Stock Sol é o principal vilão, e o dano é cumulativo A principal causa do câncer de pele é a exposição à radiação ultravioleta (UV), emitida pelo sol e também por fontes artificiais, como câmaras de bronzeamento. Esse dano não acontece de forma imediata: ele se acumula silenciosamente ao longo dos anos. “O sol vai provocando mutações no DNA das células da pele ao longo da vida. Na maioria das pessoas, os efeitos aparecem décadas depois, geralmente a partir dos 50, 60 ou 70 anos”, explica João Duprat, líder do Centro de Referência em Tumores Cutâneos do A.C.Camargo Cancer Center. Segundo o médico, erros cometidos ainda na infância e na juventude —como queimaduras solares repetidas e ausência de proteção— aumentam significativamente o risco no futuro. “A pele guarda a memória do sol”, resume. Mas o sol não age sozinho. Freepik Genética, tipo de pele e outros fatores de risco Além da exposição solar, fatores genéticos também influenciam o risco de câncer de pele. Pessoas de pele clara, olhos claros e cabelos claros têm maior probabilidade de desenvolver carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. No caso do melanoma, cerca de 10% dos casos têm componente hereditário, ou seja, ocorrem em pessoas com histórico da doença na família, geralmente ligado a mutações genéticas. Ter muitas pintas — especialmente mais de 50 — ou nevos irregulares também aumenta o risco. Há ainda outros fatores de risco importantes para o câncer de pele: envelhecimento da população; imunossupressão (transplantes, uso de certos medicamentos); exposição solar ocupacional (trabalhadores ao ar livre); infecção por HPV, associada a alguns carcinomas espinocelulares, especialmente em regiões genitais. Nem todo câncer de pele é igual Os três tipos mais comuns de câncer de pele têm comportamentos bem diferentes: Carcinoma basocelular. É o mais frequente no Brasil e no mundo. Cresce lentamente e raramente dá metástase, mas pode causar deformidades importantes se não tratado. Costuma aparecer como uma ferida ou lesão que não cicatriza. Carcinoma espinocelular. É menos comum que o basocelular, porém mais agressivo. Pode se espalhar para outros órgãos, especialmente em pessoas imunossuprimidas ou quando surge em áreas de alto risco, como cabeça e pescoço. Melanoma. Representa apenas 1% a 3% dos tumores de pele, mas é responsável pela maioria das mortes. Geralmente surge como uma pinta que muda de cor, formato ou tamanho. Quanto mais profundo e irregular, mais agressivo tende a ser. “O melanoma costuma ser uma pinta que muda. Já os carcinomas aparecem, em geral, como feridas que não cicatrizam por mais de um mês”, explica Duprat. Mutirão de prevenção e diagnóstico de câncer de pele oferece exames gratuitos à população em Presidente Prudente Hospital Regional de Presidente Prudente Sinais de alerta que costumam ser ignorados Muitos pacientes só procuram ajuda quando a lesão já está avançada. Entre os sinais mais frequentemente negligenciados estão: feridas que não cicatrizam após três a quatro semanas; lesões que sangram com facilidade; pintas que crescem, mudam de cor ou formato; manchas assimétricas, com bordas irregulares ou várias cores. “A ideia de que câncer de pele não mata ainda atrapalha muito. Pode matar, pode dar metástase e pode causar sequelas importantes”, alerta Duprat. Diagnóstico precoce muda o desfecho da doença Quando identificado em estágios iniciais, o câncer de pele tem altíssimas chances de cura, muitas vezes com uma cirurgia simples e ambulatorial. Já nos casos diagnosticados tardiamente, o tratamento pode exigir cirurgias maiores, radioterapia ou imunoterapia. “O diagnóstico precoce reduz o impacto do tratamento, diminui custos, preserva função e estética e melhora a qualidade de vida”, explica Jadivan Leite de Oliveira, cirurgião oncológico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Embora a cirurgia seja o tratamento mais conhecido, a radioterapia tem papel consolidado no cuidado de pacientes com câncer de pele, especialmente nos tipos não melanoma. Ela pode ser indicada quando: a cirurgia não é possível; a lesão ocupa grandes áreas; o tumor está em regiões delicadas, como nariz, pálpebras e orelhas; há necessidade de preservar função e resultado estético; o paciente é idoso ou apresenta alto risco cirúrgico. “A radioterapia pode oferecer taxas de controle semelhantes às da cirurgia, com bons resultados estéticos e funcionais”, explica Leonardo Vieira Polli, radio-oncologista, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia e do Hospital São José, em Santa Catarina. Ele ressalta que técnicas modernas permitem direcionar a radiação com alta precisão, poupando tecidos saudáveis. E esclarece dois mitos comuns: o paciente não fica radioativo e as reações na pele, quando ocorrem, costumam ser leves e temporárias. No melanoma, a cirurgia é a principal estratégia terapêutica quando a doença é localizada e pode ser curativa. Em casos de maior risco ou doença avançada, podem ser associados tratamentos como imunoterapia ou terapias-alvo, enquanto a radioterapia tem indicação mais restrita. Prevenção: o que realmente funciona Especialistas reforçam que a prevenção ainda é a estratégia mais eficaz contra o câncer de pele: evitar exposição solar entre 10h e 16h; usar protetor solar diariamente, inclusive em dias nublados; reaplicar o produto a cada duas horas em atividades ao ar livre; usar chapéus, roupas e óculos com proteção UV; manter acompanhamento regular com dermatologista. “O maior erro é tratar a proteção solar como algo só do verão. Ela precisa ser feita o ano inteiro”, resume Jadivan Leite de Oliveira.

FONTE: https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/12/20/risco-de-cancer-de-pele-aumenta-no-verao-veja-como-se-proteger.ghtml


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