Bebês 'pele e osso' e médicos desmaiando: os relatos da fome nos hospitais de Gaza

  • 27/07/2025
(Foto: Reprodução)
Imagens do solo registra lançamento aéreo de ajuda humanitária em Gaza Médicos e enfermeiros que atuam em hospitais na Faixa de Gaza relatam que as equipes estão sofrendo desmaios durante o trabalho, causados por fome e desidratação. Além disso, fórmulas nutricionais dadas para recém-nascidos estão em falta. Os relatos são de uma reportagem publicada neste domingo (27) pelo jornal "The New York Times", que ouviu sete médicos que atuam no enclave palestino. Segundo os médicos palestinos e estrangeiros, em alguns casos os bebês estão tão debilitados que ficam incapazes de receber quantidades maiores de nutrientes. "Vi um grau de desnutrição que eu não considerava possível em um mundo civilizado", afirmou o médico britânico Nick Maynard. "A expressão 'pele e osso' não faz jus à realidade." ➡️ Entenda o contexto: entidades internacionais denunciam uma crise humanitária em Gaza. O território foi totalmente destruído por ataques aéreos e sofre com a escassez de comida e medicamentos. Israel mantém uma operação militar desde outubro de 2023 para extinguir o Hamas e libertar os reféns que continuam sequestrados pelos terroristas. Neste fim de semana, sob pressão internacional, o governo do premiê Benjamin Netanyahu voltou a permitir a entrada de ajuda para a população do território palestino, tanto por ar quanto por terra (veja no vídeo acima). Israel anunciou também a suspensão de operações militares durante 10 horas por dia em algumas partes de Gaza para facilitar a chegada dos pacotes de ajuda. A entrada de comida e medicamentos em Gaza chegou a ser totalmente bloqueada. Israel afirma que o Hamas desvia as remessas. Em maio, as entregas foram retomadas em alguns locais por meio da Fundação Humanitária de Gaza, entidade apoiada pelo governo israelense. Desde então, dezenas de palestinos foram mortos em tumultos registrados durante a distribuição de comida. Também neste domingo, o chefe de ajuda humanitária das Nações Unidas, Tom Fletcher, disse que a entrada de ajuda é um progresso, mas que "grandes quantidades são necessárias para evitar a fome e uma crise catastrófica de saúde". Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Palestinos carregam suprimentos de ajuda humanitária em Gaza neste domingo (27) Mahmoud Issa/Reuters ➡️ A operação militar de Israel em Gaza matou mais de 59 mil palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A ofensiva é uma resposta ao ataque terrorista do Hamas em território israelense, em outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos – a maioria também de civis. A reportagem publicada pelo "The New York Times" conta o caso da família do bebê Salam Barghouth, de apenas três meses. A mãe dela, Hanin, está fraca demais para ir até outro centro de distribuição de ajuda, e o pai, Akram, tampouco consegue alcançar um ponto antes que a ajuda tenha acabado. A lata de fórmula infantil que a família tem está chegando ao fim. Para os profissionais ouvidos pela reportagem, muitas das mortes de civis ao longo do conflito poderiam ter sido evitadas se não fosse a desnutrição generalizada. Também foi registrado um aumento nos casos de abortos espontâneos, partos prematuros e infecções. A reportagem diz ainda que, em algumas regiões, há comida disponível, mas a preços astronômicos. Segundo o "The New York Times", um quilo de farinha pode custar US$ 30 (cerca de R$ 170). Isso tem impacto direto na vida dos médicos e enfermeiros. "Alguns profissionais já colapsaram em centros cirúrgicos. Outros desmaiaram em alas de emergência porque não tinham se alimentado direito", disse o diretor do hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza, Mohammad Abu Salmiya. A reportagem procurou o departamento do Exército de Israel responsável pela distribuição de ajuda humanitária em Gaza. "Continuamos a trabalhar em cooperação com atores internacionais e a facilitar a entrada contínua de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, de acordo com a legislação internacional", afirmou a entidade. Mulheres palestinas cuidam de seus bebês desnutridos em hospital na Cidade de Gaza Jehad Alshrafi/AP Leia também: Netanyahu diz que Israel continuará guerra em Gaza 'até a vitória completa' em meio a pausa para entrada de ajuda humanitária Israel divulga VÍDEO de lançamento aéreo de ajuda humanitária em Gaza e anuncia pausa em ofensiva

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/07/27/bebes-pele-e-osso-e-medicos-desmaiando-os-relatos-da-fome-nos-hospitais-de-gaza.ghtml


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